Por:
Juvandi Santos, Raquel Roldan e Laura Goes
Forte Velho |
Recentemente
visitamos no litoral paraibano lugares que ainda guardam um pouco da história
recente do Estado: As ruínas do antigo Forte de São Filipe e São Thiago (também
conhecido por Forte Velho) e as ruínas da Capela de Nossa Senhora de Sant'Ana
do Gargaú.
No caso
de Forte Velho, os estudos visam a uma tese de Pós-Doutoramento em andamento
juto à Universidade de Coimbra, onde estamos a localizar os redutos militares
da Paraíba Colonial. Ainda em relação aos redutos, mais dois importantes
trabalhos estão sendo desenvolvidos: um que estuda a estratégia militar
portuguesa ao edificar esses redutos e o outro o solo arqueológico desses
redutos.
Com
relação à Capela de Santa'Ana, ainda não faz parte de nenhuma atividade de
pesquisa. Essa Capela foi encontrada pela equipe (Eu, Raquel e Laura Góes)
quando de atividades de prospecções no litoral em busca dos redutos militares e
missioneiros (outra importante pesquisa em andamento com financiamento do
CNPQ).
O que
chamou atenção da equipe em relação à Capela foi sua grandiosidade e beleza
arquitetônica e suntuosa obra de engenharia colonial. Rapidamente realizamos
algumas imagens e fizemos uma rápida prospecção de superfície, no que
identificamos uma grande quantidade de material arqueológico histórico (sem
coletar nenhum fragmento).
Capela de Nossa Senhora de Sant'Ana do Gargaú |
Essa
capela em estilo Barroco apresenta um perfil (modenatura) singular, é
considerada como apresentando excelente cantaria e é a melhor capela de
engenhos coloniais da Paraíba. Sua primeira construção é atribuída a Ambrósio
Fernandes Brandão, senhor de engenho das primeiras décadas do século XVII
(1613). Um dos traços mais sublimes da Capela talvez seja o brasão na fachada
que alguns autores atribuíram à família de Duarte Gomes da Silveira, morto em
1644. Mas não existe dado que comprove tal fato. A capela atual em estilo
Barroco data de meados do século XVIII.
Querelas
a parte a quem pertence o brasão, sabe-se que essa capela foi visitada por D.
Pedro II e sua gente quando por ali passou e se hospedou no Engenho São João.
Verificamos, rapidamente,
tratar-se de um exemplar arquitetônico importantíssimo para a Paraíba, mas não
sabemos até quando essa parte viva de nossa história mais recente ainda
continuará de pé, pois as grossas paredes estão rachadas, parte do telhado veio
ao chão, o mato cresce em seu entorno e o descaso governamental em preservar o
monumento aos poucos vai apagando sua história.
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