Severino Lopes // severinolopes.pb@dabr.com.br
A busca por tesouros dos antepassados tem causado danos Foto: Junot Lacet/DB/D.A Press |
A Paraíba ainda é dona de um dos mais extensos e diversificados conjuntos de arte rupestre do país. Dele, conhece-se apenas uma pequena parte. Mas o suficiente para se saber que um dia o homem primitivo com seus costumes e cultura passou pelo território paraibano.
Levantamentos da Sociedade Paraibana de Arqueologia (SPA), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB que tem à frente Juvandi Souza Santos, revelam que a destruição dos sítios atingiu níveis preocupantes. Estima-se que mais de 50% dos sítios arqueológicos, que englobam os cemitérios indígenas já sofreram com a ação depredatória do homem. Basta ver que pesquisas desenvolvidas por Juvandi para o projeto "Mapa da Destruição" detectou nos últimos dois anos a depredação de 39 dos 44 sítios estudados. Apenas a Pedra da Boca, no município de Araruna e o Lajedo de Pai Mateus, em Cabaceiras, são alguns dos poucos sítios preservados no Estado.
Arte rupestre pode representar riqueza de conhecimento para pesquisadores Foto: Junot Lacet/DB/D.A Press |
Estima-se que em todo o Estado existem cerca de 500 sítios arqueológicos com arte rupestre e paleontológicos cadastrados, mas esse número pode chegar a mil. Pelo menos mais 300 deles devem começar a ser explorados nos próximos meses. Somente no Apa da Onças no município de São João do Tigre, próximo a Monteiro, foram catalogados recentemente cerca de 50 sítios arqueológicos mas o número deve ser bem maior conforme observou o historiador Vanderley deBrito. O historiador esteve lá há cerca de 30 dias. Inicialmente encontrou o sítio intacto. Quando voltou as pedras já estavam pichadas.
Recentemente, os arqueólogos localizaram em Emas, no sertão da Paraíba próximo a Itaporanga, vários sítios rupestres em bom estado de conservação. O Laboratório do Juvandir já pediu permissão ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional para fazer escavações e pesquisas arqueológicas no local.
Pedras do Ingá arruinadas com a ação do homem
Cemitérios indígenas destruídos por escavações
Fonte: Diário da Borborema, 31 de janeiro de 2010
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